segunda-feira, 12 de setembro de 2011

eu mal chegava e ela arrancava minha camisa. dizia que formalidades eram pra quem ainda não se conhecia e que nos conhecíamos mais do que quaisquer outras pessoas.
de começo indagava esse conhecimento todo, até que ela sussurrava exatamente o que eu queria ouvir depois de um dia de trabalho, colocava a mão exatamente onde me dava arrepio, se movimentava exatamente no ritmo da minha música preferida.
e ela passava por mim como um tiro: me derrubava, deixando a gostosa sensação de dor.
dor pela saudade, pelos arranhões nas costas.
e conseguia me deixar encantado com um simples sorriso de bom dia.
é, acho que ela me conhecia mais do que eu mesmo, afinal, agora que não a tenho mais... quem sou?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

erguer a cabeça quando os olhos estão no coração partido; difícil.
e aí a gente torna mais fácil escrevendo canções, criando solos intermináveis e tristes de guitarra.
papéis e mais papéis amassados, noites mal-dormidas e olhos inchados. 
'uma hora passa, uma hora você supera', é o que todos dizem.
e você espera, espera pacientemente o 'tempo resolver tudo' e sua cabeça voltar pro lugar.
e de tanto gostar do outro e não ter nada em mãos, começa a gostar de si próprio, de se dar valor.
porque em todo grande erro, toda grande dor, sempre há uma lição... lição que talvez demore pra ser aprendida, mas que sempre existirá.
e é isso que enobrece o homem: a capacidade de dar a volta por cima e passar sutilmente por cima de tudo que um dia o fez cair; enobrece por deixá-lo forte, capaz de evoluir com cada cicatriz deixada no coração.
e aí a cabeça vai levantando aos poucos, o coração vai parando de doer e tudo vai ficando bem.
porque um erro só faz sentido quando é admitido.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

e eu que não sinto falta de pessoas ao meu redor, passei a sentir.
e eu que quase nunca falo 'eu te amo', passei a falar quase sempre.
e eu que nunca imaginei me apegar tão rápido, não vivo mais sem.
e é isso que acontece quando se conhece uma pessoa que te faz tão bem, que você esquece das coisas ruins quando está com ela.
e o abraço é o melhor e mais acolhedor do mundo, é como se os braços fossem uma barreira contra tudo o que faz mal, tudo o que me deixa pra baixo.
e é isso, é exatamente isso o que ela faz: faz bem.
um bem que poucas pessoas conseguem fazer, um bem que eu preciso pra conseguir sobreviver.
é uma pessoa que eu sei que vai estar sempre ali pra me ouvir chorar, me abraçar e ficar em silêncio, entendendo tudo o que eu penso, apenas estar ali.
e o quanto eu agradeço e tento retribuir não tá escrito, porque o amor e o carinho e a importância e a necessidade de ter por perto são maiores do que se imagina.
e eu agradeço muito, mesmo que seja pra mim, em silêncio, mas eu agradeço.
porque não é todo dia que se encontra uma pessoa que te faz uma pessoa melhor.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

e eu continuo sorrindo.
nunca vou parar de sorrir, apesar de todos os problemas, todas as cicatrizes que são deixadas em meu corpo dia após dia.
não vale a pena esquecer ou deixar passar as coisas boas, só pelo fato de já ter havido uma ruim.
se pensássemos e agíssemos desse jeito, nunca iríamos pra frente e nunca seríamos felizes.
a diferença é que, depois de muitas marcas, muitos problemas, sorrir dói.
a coisa mais bonita e sincera e gostosa, machuca para ser feita.
e machuca porque, depois de muito cair, muito chorar, muito sofrer, machuca alterar completamente seu estado de espírito que já está acostumado com a falta de movimentação dos lábios e a grande quantidade de gelo no coração.
só que, ao mesmo tempo que dói, conforta.
conforta perceber que você ainda é capaz de sorrir, e que, por uma fração de segundo, o gelo do seu coração derrete e você é capaz de movimentar os lábios, em um movimento sutil.
mas não se engane nunca: nem todo sorriso indica felicidade.
porque o gelo se derreter por um segundo, não significa que não voltará a tomar conta do peito.
mas, continuar sorrindo, mesmo com toda a dor do mundo, é sempre o melhor a se fazer.
quanto mais se sorri, mais vezes o gelo se derrete, mais vezes você se sente confortável, mais vezes você se sente aliviado.
e uma hora, depois de muito sorrir, você percebe que ficar triste não é uma boa sensação, e começa a prestar atenção nos pequenos detalhes que te fazem feliz, para sorrir sempre que possível.
e o clichê vira verdade: um dia sem sorrisos, é um dia perdido.
porque até o sorriso mais dolorido de todos, indica que no meio de tanta coisa ruim, ainda há alguma pequena grande coisa boa.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

a linha tênue entre paixão e amor.
linha essa que julgo transparente.
transparente não por não existir, mas por eu nunca percebê-la assim que cruzo.
só percebo quando o encontro de lábios se torna beijo, quando o abraço se torna proteção, quando sua presença se torna necessária, quando o 'eu' se torna 'nós'.
e, quando isso acontece, não há mais o que se fazer, pois não há como apagar ou substituir todas as frases já ditas em terceira pessoa e muito menos os momentos compartilhados.
não há mais o que se fazer pois não se separa tão fácil assim o que eram dois, se fundiram e agora é um.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

o sol entra pela janela que você deixou aberta na noite anterior por saber do meu medo de escuro.
desperto, te olho, dou um beijo no canto do lábio.
você sorri, como se sentisse a quantidade de amor transmitida nesse beijo.
volto a deitar, agora com você envolto em meus braços.
agradeço de olhos fechados por te ter aqui, íntegro, meu.
passo as mãos por seus grossos fios de cabelo, que brilham como meus olhos ao olhar pra ti.
penso em levantar e preparar algo pra comermos, mas desisto por lembrar que nosso amor é tão grande que podemos sobreviver dele e passar mais algumas horas na cama.
você acorda com um sorriso de canto, me dá o beijo mais apaixonado do mundo e deita sobre meu peito, agitado por ainda não ter se acostumado com o impacto de um amor tão grande.
e assim ficamos o dia todo, nos alimentando de amor e beijos.

terça-feira, 15 de março de 2011

e eu ainda não aprendi a dar valor pras coisas que eu tenho.
e vai ser sempre assim... sempre assim, porque a dor só vem depois de perder, e some logo que se encontra algo pra ser colocado no lugar.
e esse looping de sentimentos e situações faz com que eu sempre esqueça a lição dada pela dor.
mas, agora, o fato de eu aprender ou não a dar valor não importa tanto; não pesa tanto quanto a dor de ter perdido você.
perda essa causada por algo errado que eu não fiz.
ou fiz e não percebi, simplesmente por ser maior que eu.
e agora eu perdi o chão, percebi que ter dois por inteiro é mais importante do que tentar ter um.
e senti o que se sente quando se luta, luta e luta, e perde por errar um único golpe.
como machuca! como deprime! como te faz sentir incompetente; imprestável!
sabe aquela sensação de coração apertado, acorrentado?
como se ele quisesse sair do teu corpo por ter desgosto de habitá-lo, mas você simplesmente o prende, sufocando-o? e esquece que talvez ele queira sair por você sempre fazer tudo errado, sempre deixar cicatrizes doloridas e nunca aprende?
ah, se você soubesse o quanto isso dói.
dói de ter que apertar o canto da cama enquanto chora, dói de ter que respirar fundo pra não cair, dói de não sentir as pernas.
e não dói só o coração, dói tudo.
dói porque você percebe o quão idiota foi, e fica quebrando a cabeça pensando no por quê de tamanha idiotice.
e comer barras de chocolate não te confortam mais, e aí você percebe que a coisa tá séria.
e quando isso acontece, tudo o que você quer é pedir desculpas, pedir que tudo volte ao normal, pedir aquele abraço, aquele sorriso, aquele amor que eu nem sei se era amor, mas que te fazia tão bem.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

rimas me prendem tanto...
gosto de escrever, escrever sem me preocupar com melodia ou com o que combina com o que.
gosto de escrever palavras sem sentido, assuntos misturados, mas sempre sinceros.
não gosto de janelas, paredes, portas, elas me prendem; gosto de tudo que é ao ar livre.
gosto de correr, caminhar, abrir os braços, olhar o infinito.
não gosto de piscinas, elas me prendem.
gosto da imensidão inacabável do mar, de poder nadar até meus braços não terem mais força, gosto da sensação de não conseguir alcançar os pés no chão e mesmo assim estar de pé; exatamente como quando eu sonho.
gosto da liberdade, não adianta.
não gosto de regras, de horários, de rotina.
não gosto de dormir de noite, e sim de dia.
gosto do diferente, não gosto de lugares com pessoas iguais.
o incerto me atrai, a sensação de não saber exatamente o que estou fazendo, mas simplesmente fazer e chegar a algum resultado qualquer é inigualável.
apesar disso, gosto de fazer planos; mas sempre planos que me levem pra longe, que me tragam novas experiências.
gosto do perigoso, do escondido, do proibido... é clichê, mas é gostoso.
gosto de descobrir, sabe? de pegar pistas, juntá-las e ir encaixando-as, como que em um quebra-cabeça.
gosto de observar detalhes e gestos.
gosto de viver assim, inconstante...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

é sobre...

É sobre querer estar perto.
Sobre querer contar como foi seu dia no final do dia, mas, principalmente, sobre querer saber cada mínimo detalhe do dia alheio.
Sobre gostar do toque, do cheiro, da voz.
Sobre sentir falta do olhar, sentir falta do fato de saber que ele está lá.
É sobre ser capaz de passar a vida inteira só com ele, por ele ter tudo o que você precisa.
É sobre ele te dar carinho na medida certa, sobre ele saber o que você quer com um olhar, é sobre ele te descobrir sem você precisar dar nenhuma dica.
É sobre você conseguir passar horas falando com ele, e o assunto nunca se esgotar.
É sobre você não saber o que sente, mas saber que sente e querer sentir sem medo.
É sobre saber que dessa vez vai dar certo.