quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

E brota, de dentro desse jardim de sangue e alma, a felicidade que pele nenhuma pode podar.
Muito vem e
vai.
Do pouco que fica
Tiro tudo o que posso
Aquilo que se
                       despede
Também fica em mim.
Absorvo detalhes,
dou um pouco de mim
a TUDO
o que cruza
o meu caminho.
Quem se foi,
Talvez,
Não volte nunca mais.
Quem chega,
Talvez,
Não queira ir nunca mais.
Não importa a quantia de tempo:
Importa o que
REPRESENTA.

A gente espera muita coisa da vida. A gente marca coisas, faz planos, paga com antecedência, brinca constantemente de previsão de futuro.
Nos permit[im]os muito pouco a experiência da surpresa, dos atos sem roteiro, de não estar sobre o controle de tudo.
Mas devemos deixar a vida correr seu curso natural, com a mín[im]a interferência dessa mania de previsibilidade, pois algumas [im]previsibilidades podem mostrar que a vida é muito mais que os planos que traçamos para ela.
Ela é um fluxo ininterrupto, contínuo, fluido e surpreendente de acontec[im]entos. Ora tristes, ora felizes.
Como o espectro de um [im]proviso de guitarra, ela tem seus altos e baixos, que se delineiam ao bel prazer do músico, que sabe, no fundo da alma, o que cabe ao som.
A vida sabe o que cabe a nós. E reserva notas e acordes incríveis. Mas devemos estar de ouvidos atentos para gravá-los e, mais do que isso, dançarmos ao som dessas deliciosas [IM]presivibilidades.
Deixemos a vida soar como um free jazz, longe das amarras teóricas, sem regras, com a ansiedade de saber que o que está por vir é único.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Que eu possa
                     discorrer
Palavras no canto
              do seu
ouvido
Que eu possa
                     escorrer
O suor
             do teu
alívio
Que eu possa
                     escorregar
Minhas mãos
              em tua
boca
                         em tua
        nuca
                                    em teus
                ossos
                                                em tua
                          alma
Com calma
                  Solidificar o laço
Secar tuas lágrimas
Te deixar nu
                  Vestido de amor

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Se lapidar vira diamante
Se travestir vê sorriso
Se mascarar vai adiante
Se esconder fica vivo

Se não falar é aceito
Se enganar é alívio
Se odiar é perfeito
Isso evita dilúvio

Se fingir que não, está salvo
Se tiver fachada é ágil
Se for visto desce do salto
Se amordaçar é mais fácil

Se não for, não apanha
Se quiser ser, melhor não
Há quem diga que é manha
Eu acho que não é opção
I've killed my demons, one by one, all by myself, just like you said.
You said that couldn't help me killing them, cause it was my job. And now I agree.
But I just don't know what to do with this pieces of demons inside me. I'm writing to ask help to clean up this mess.
I've tried to spit it, to swallow it, to scream it, to absorb it, to forget it. But this little pieces still here talking to me when I try to sleep.
This demons of sadness and loneliness are broken, but still around.
So I only ask you one simple thing: get into me, then they will not have space and will disappear.