sexta-feira, 15 de outubro de 2010

procuro uma rota de fuga, um lugar em que eu consiga esquecer todos os meus problemas, meus conflitos pessoais e impessoais.
acendo um cigarro, são quase 2 da manhã e o sono desapareceu do meu dicionário.
estou inquieta, balanço as pernas e mordo a boca.
tento achar algo pra ver na TV, mas sabe comé, né? nada interessante.
venho pro computador, vejo alguns vídeos, algumas fotos, leio alguns textos.
tento achar o sono, mas ele simplesmente foje de mim.
meu celular toca: a voz do outro lado me acalma e minhas pernas se estabilizam.
A- "Eu sei que já é tarde para te ligar, mas sabia que tu estava acordada, provavelmente procurando algo pra fazer."
B- "As vezes esqueço que tu tem meu manual... aconteceu algo?"
A- "Sim... bateu saudade."
B- "Mas nos vimos há algumas horas; não que seja ruim tu sentir saudades."
A- "Bom saber, afinal sinto saudades do momento em que tu desce do carro até depois de alguns minutos que nos reencontramos."
B- "As vezes esqueço que no meu manual tem um capítulo de 'Como fazê-la se derreter'."
A- "Em 15 minutos passo aí, se importa de irmos só tomar um café? Eu realmente preciso ser o primeiro a te abraçar hoje, espero que não seja tarde demais."
B- "Nunca é tarde demais, vou colocar uma blusa e te espero lá embaixo."
A- "Você é demais."
B- "Beijos."
E isso era tudo o que eu precisava escutar. Agora desapareceram do meu dicionário as palavras TV, computador, tédio, insônia, problemas e insegurança.
Vou colocar uma blusa e descer.